2018 | ANA HORTA UMA HOMENAGEM POR KATIANEY
Ana Maria Horta de Almeida nasce em Bom Despacho, Minas Gerais, em 09 de maio de 1957. Filha de Aldemar Gomes de Almeida e Clélia Horta de Almeida, tem quatro irmãos. Ao completar um ano de idade a família muda-se para Santos Dumont onde Ana vive os primeiros anos de sua infância. Em 1967, mudam-se para Belo Horizonte, Ana estuda na Escola Pandiá Calógeras e mais tarde no Instituto de Educação.
Desde pequena desenha e pinta, e estimulada pela família segue sua vocação.
Em 1984 a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, um dos maiores centros de formação dos novos pintores em todo o país, então dirigida por Marcus Lontra, realiza a exposição Como Vai Você, Geração 80?, que entrou para a história por tornar pública nacionalmente a retomada da pintura em curso desde o começo da década. Todos os expoentes dessa geração em todo o Brasil lá estavam, inclusive Ana Horta. Suas obras eram primeiramente produtos da expressão pessoal e não partilhavam de um projeto plástico-formal comum, tal como havia ocorrido com os ismos modernistas.
Tinham em comum a esperança de um país melhor, mais alegre e democrático, o apreço militante pela pintura, a rejeição à desmaterialização e à racionalidade da arte conceitual,
a defesa do fazer artesanal e prazeroso, a fatura gestual ou matérica e, finalmente, a tendência à figuração.
A produção de Ana Horta movia-se nesse universo, apesar de contrariá-lo num aspecto. Diferentemente da grande maioria dos pintores que surgiam, ela trilhou
o caminho de uma abstração gestual, sem ser plenamente abstrata, já que não pretendia superar a figuração, tal como acontecera com o abstracionismo histórico,
mas pintar livremente e expressar-se a por meio da gestualidade e da cor. Nesse aspecto (e somente nele) sua poética pode ser aproximada das pinturas Jorge Guinle Filho, Luiz Áquila e
Cláudio Kuperman, já então experientes, que tiveram sua obra redimensionada no contexto da retomada da pintura.
É notável que uma artista com carreira meteórica, ceifada por acidente quando retornava de um show da banda The Cure, tenha se tornado uma referência de nossa pintura recente. Sua breve trajetória sobrevive no céu constelar da arte contemporânea brasileira. //Fernando Cocchiarale | projeto gráfico/desgin feito por katianey | fotografia por : José Israel Abrantes